A pior parte dentro do meu corpo é a consciência. Ela me cutuca e me sussurra todos os meus incômodos. A cada dia consegue me laçar uma corda no pescoço. Sufoca-me em meus próprios defeitos. Dolorosa a minha culpa e como esta consciência me traduz em um ser muito imperfeito.
Asfixiada em mil pensamentos. Não consigo raciocinar, nem pensar friamente, calcular menos os danos ao meu interior. Culpo a mim mesma por tudo e capacito ainda mais este medo dentro de mim. E como explicar o que há dentro de mim?
Pensamentos magoados que me importunam por não querer ser assim... Mas sou! Sou uma devedora de promessas, de palavras, de integridade... E por mais que conflite diariamente para escapar, sou presa e condenada das minhas reflexões destruidoras.
Um dia chorei por me sentir tão grande em minha dimensão tão pequena. Tão ingrata. Tão fácil de ser rasgada. Sobrevivendo em total imerso de culpa. É isso que me fode! Saber de cada pedaço de mim e sentir culpa. Nada mais do que vergonha por ser egoísta, ser mimada e incapaz. É tão insuportável que não consigo me aguentar. Sei onde tudo começa, de onde tudo vem, mas não sei onde isso termina.
É ruim ser ingrata. Buscar no fundo da sua alma algo que possa realmente ser satisfatório vindo de você mesma. Não é por mal, é de mim. É de mim culpar a tristeza. Agracia-la com pensamentos ruins sobre mim, sobre outros. Mas isso não é vida para ninguém. E a falta de apreço por si próprio só traz a loucura.
Rezo e peço a Deus para que me afaste da insanidade. Do pânico. Da insanidade da minha cabeça. Peço que me tire os obstáculos que eu mesma coloco. Peço que ilumine a fronteira e me dê chance. Perdoar é realmente divino. Ainda mais quando se deve perdoar a si mesmo... E como é difícil. Repreensível o meio que eu mesma me julgo.
Impaciente quem ouve isso e não vê que a busca por algo é na verdade a procura por mim. A busca por espelhos que retratem conforto, que transpareça serenidade nas minhas expressões e atitudes. A busca por quietude do coração... Por auto amor. A busca por pensamentos bons. A veracidade destas palavras tão soltas é a busca interminável por eu. Que apesar de tudo, ainda sou "algo" bom. Eu acho.
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